segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

SÃO PAULO NOSSO PATRONO

O MCC E O ANO PAULINO
“Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo”1Cor 11,1

São Paulo foi declarado Patrono Celestial do Movimento de Cursilhos de Cristandade pelo Papa Paulo VI, em 14 de dezembro de 1963, durante as comemorações do 19º centenário de sua passagem pela Espanha.

E quem é nosso celestial patrono? Depois do exílio na Babilônia, por volta do século VI a.C., iniciou-se entre o povo judeu a dispersão (Diáspora), notadamente na Ásia Menor, no Mediterrâneo e no norte da África.
Por volta do ano 9 da nossa era, onde hoje se situa a Turquia, nasceu em Tarso da Cilícia, um garoto judeu, descendente da tribo de Benjamin, da seita dos fariseus, a quem foi dado o nome de Saulo.
Nasceu num berço sociocultural – econômico abastado onde, mesmo mantendo a fé judaica e tendo sido circuncidado ao oitavo dia, foi educado por rabinos na Lei Mosaica e na língua hebraica, teve como língua materna o grego, aprendeu o latim por exigência da época (Império Romano); para alguns historiadores Saulo também falava aramaico.
Por volta dos quatorze anos foi complementar seus estudos em Israel, tornando-se um destacado aluno na escola rabínica de Gamaliel. Ali demonstrou ser, além de um aluno aplicado, um grande debatedor. Saulo, fervoroso defensor das tradições judaicas (e por isso mesmo tido por muitos como um zelote), foi enviado para conter os ‘agitadores’ que eram os assim chamados seguidores do “Caminho”, os primeiros cristãos.
O episódio de sua conversão inicial no caminho de Damasco nos é bem conhecido (cf At 9, 3-6), iluminado pelo esplendor do Ressuscitado aí começava o seu Cursilho: o acontecimento ‘encontrou-se consigo mesmo’ e reconheceu-se. Isto lhe trouxe uma mudança total de perspectiva, a tal ponto que passa a considerar “perda” e “lixo” tudo o que até então era o seu máximo ideal. Nascia para a Igreja e para o mundo Paulo – o Apóstolo das Gentes – dos não cristãos. O Leão de Deus.
Retirado do dia-a-dia e de seus projetos pessoais, tem um ‘encontro com Cristo’ e vive uma experiência pessoal de Deus em sua vida, ouvindo a manifestação do Senhor; e assim como cada um de nós, Paulo foi chamado pessoalmente: ‘Mas o Senhor disse a Ananias: “Vai, porque este homem é um instrumento que escolhi para levar o meu nome às nações pagãs e aos reis, e também aos israelitas. Pois eu vou lhe mostrar o quanto ele deve sofrer pelo meu nome”’ (At 9, 15-16)
Não foi assim com você também? Você não se reconhece um instrumento escolhido por Jesus e chamado por Ele para anunciá-Lo aos que não O conhecem – às nações pagãs – e anunciá-Lo aos batizados afastados – aqueles que deixaram efetivamente de ser católicos?
E em seguida Paulo vai ‘encontrar-se com a Comunidade’. Sai a anunciar a Boa-Nova com uma estratégia e preferência próprias: anunciar nos portos, mercados e praças, ou seja, nos ambientes. E o faz com competência e de forma inculturada. Chega numa realidade, reconhece os valores nela existentes, faz-se um com aqueles a quem vai anunciar e anuncia com seu testemunho de vida e com uma linguagem clara: “...com os judeus me fiz judeu,... com os fracos me fiz fraco, ...Para todos eu me fiz tudo, para salvar alguns. Por causa do Evangelho eu faço tudo, para dele me tornar participante” (cf. 1Cor 9, 19-23)
É discípulo e é missionário! Não se contém ou se fixa, é inquieto. Realiza três grandes viagens apostólicas, ensina também nas sinagogas e auxilia na conversão de muitos judeus. Faz amigos, faz-se amigo e faz de seus amigos, amigos de Cristo (Priscila e Áquila, por exemplo).
Também é caluniado e injustamente acusado, tanto por comerciantes a quem a Boa-Nova atrapalhava os negócios, quanto pelos de sua própria seita – os fariseus – acusado falsamente de introduzir infiéis no Templo de Jerusalém, acusação essa que o levaria à morte, no ano 64.
Homem de formação e formador escreve as Cartas Paulinas, dá origem a uma grande base doutrinal e berço de muitas teologias (Corpo Místico, justificação pela Fé, Dons e Carismas, a Caridade, etc.) Funda comunidades, confirma as comunidades que fundou, ou comunidades já existentes, vive em tudo e com todos aquilo que é sua razão de ser: “Pois, anunciar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se eu não anunciar o evangelho!” (1 Cor 9,16)
Que São Paulo Apóstolo nos inspire e sempre interceda por todos nós para que realizemos nossa missão de batizados e cursilhistas, para que possamos celebrar com alegria e com razão de ser, junto com toda a nossa Igreja, o Ano Paulino.
São Paulo Apóstolo, rogai por nós!

Antonio Carlos Salomão(Tony)
Conselheiro Nacional

Fonte: Site do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil

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